A Selic vai cair em 2023?

Apesar dos contratempos, expectativas para a queda da taxa de juros este ano ainda são altas.

A taxa básica de juros é um fator de extrema importância para a economia, o que faz da sua atualização um evento em torno do qual se concentram as expectativas de diversos setores. No Brasil, a referida taxa é denominada Selic, sendo ela o mecanismo utilizado pelo Banco Central para que seja feito o controle da inflação – seu valor é definido pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do referido Banco Central, a cada 45 dias. Uma vez que as demais taxas de juros existentes são determinadas através do parâmetro estabelecido pela Selic, sua presente definição desempenha um papel instrumental.

Apesar de tudo, o último encontro do COPOM, ocorrido no dia 22 de março, segundo deste ano, manteve a taxa a 13,75%, um valor que segue inalterado desde agosto de 2022, e que é preocupante por conta de seu aspecto elevado, bem como por sua consistência. Esta preservação da taxa em um nível tão alto, após meses de encontros, mantém mais uma vez as expectativas em torno de uma possível queda nos meses e reuniões subsequentes, estabelecendo um cenário de inquietação.

O principal ponto considerado pela COPOM é a inflação, sua presente situação e possibilidades de crescimento. O órgão do Banco Central apontou a imprevisibilidade do novo arcabouço fiscal como sendo o fator determinante para o mantimento da atual taxa básica de juros, o que, em teoria, pode abrir uma janela de mudança para os próximos meses, quando este aspecto for finalmente esclarecido. Ainda assim, sem uma data definida, e com mais encontros ocorrendo neste entretempo, a continuidade deste percentual é uma possibilidade; por outro lado, há mais fatores em jogo, que podem influir numa eventual queda desta taxa.

É preciso manter uma atenção especial em torno da inflação, e de como ela promete se comportar nos próximos meses. Se o seu índice atingir a meta, isto é, se a inflação cair, ou se apresentar sinais de queda iminente, é muito provável que a taxa Selic também diminua nos próximos encontros. Sendo os dois fatores intrinsecamente ligados, a futura taxa básica de juros dependerá diretamente de circunstâncias vinculadas à conjuntura econômica.

As sinalizações oriundas da inflação, por enquanto, indicam uma continuidade, mas, como dito, tanto a definição do arcabouço fiscal quanto as eventuais mudanças nos indicadores da inflação podem e irão determinar variações na taxa Selic, ainda que sensíveis. Se para mais ou menos, isto ainda parece nebuloso determinar, mas a soma de contingências, como a pressão do governo para que a taxa seja reduzida, assim como a eventualidade dos fatores acima citados podem contribuir com alguma mudança em potencial.

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